terça-feira, 22 de abril de 2014

O Pequeno Príncipe, de Antoine de Saint-Exupéry

O Pequeno Príncipe, de Antoine de Saint-Exupéry
Agir - 95 páginas
O Pequeno Príncipe tem muito a ensinar a essa gente grande que ficou cega para as coisas que realmente importam.




Título: O Pequeno Príncipe
Título Original: Le Petit Prince
Autor: Antoine de Saint-Exupéry
Tradutor: Dom Marcos Barbosa
Editora: Agir
Ano da Edição: 2006
Ano Original de Lançamento: 1943
Nº de Páginas: 95
Comprar Online: Saraira / Submarino

Sinopse:
Um piloto de aviões, certo dia, precisou fazer um pouso de emergência em pleno Deserto do Saara. Sem condições de pedir ajuda e com água para apenas alguns dias, ele teria que fazer o conserto ele mesmo e ainda corria o risco de não conseguir.
Achou que passaria todo esse tempo sozinho, mas eis que surge um pequeno Príncipe para conversar com ele. Um pequeno Princípe que exige o desenho de um carneiro. E nenhum parece agradá-lo, até que o desenhista (que não havia feito nenhum desenho desde os seus seis anos de idade, quando após o segundo desenho de sua vida foi desencorajado pelos adultos à sua volta a seguir com tamanho desperdício de tempo) fez uma caixa e disse ao príncipe que o carneiro que ele desejava estava lá dentro.
Pronto! Estavam os dois felizes.

O que eu achei do livro:
Alessandra, que sinopse maluca é essa que você escreveu? Ora, por que iria eu me atraver a escrever uma sinopse para esse livro? Se você nunca ouviu falar sobre ele, eu lhe pergunto em que buraco esteve metido durante todos esses anos... e se já ouviu falar sobre o livro, não precisava de uma sinopse tradicional dele. Portanto, decidi que escreveria a alma do livro - para mim, é essa a alma do livro! Importar-se com que o que é realmente importante (não apenas com as aparências) e ser feliz com as coisas simples! E, claro, nunca esquecer o quão importante é a sua imaginação.
O Pequeno Príncipe ainda não é um livro de domínio público, mas sem dúvidas já merece a alcunha de clássico. Por que digo isso?! Como boas pessoas adultas que vocês são, tenho certeza que não ficarão satisfeitas se eu disser que esse é um dos mais lindos livros infantis que já li e que ao mesmo tempo possui lições de moral e pensamentos filosóficos que irão tirar sua noite de sono. Acho que nem mesmo falar sobre as belíssimas aquarelas feitas pelo próprio autor será o suficiente para impressionar as pessoas adultas que estão lendo essa resenha. Partirei, portanto, para os números - afinal de contas, pessoas adultas adoram números! O livro O Pequeno Príncipe já foi traduzido para mais de duzentas e cinquenta línguas e vendeu mais de duzentos milhões de cópias! É, sem sombra de dúvidas, um dos livros mais vendidos do mundo. Quem acompanha a 
lista da Veja de livros mais vendidos do Brasil percebe que o livro está frequentemente entre os dez mais vendidos e nunca esteve fora dos vinte mais vendidos nesses dois anos que acompanho semanalmente a lista online - o que é uma marca realmente impressionante.
Seria isso à toa? Eu não acho. A escrita de Saint-Exupéry é cativante! Simples, numa linguagem acessível a todas as crianças, e ao mesmo tempo rebuscada, mas não nas palavras e sim nos significados! Já que nas entrelinhas dessa obra encontramos uma crítica à sociedade da época (e que se estende, até mesmo de maneira mais preocupante, aos dias atuais) - onde todos estão sempre ocupados, frequentemente com as coisas erradas, e se esquecem de dar importância ao que realmente vale a pena.
Acompanhar as aventuras desse Pequeno Príncipe, que parte de seu pequeno planeta - o B 612 (pessoas grandes sempre precisam de números) - onde tem três vulcões (um que aparentemente está extinto, mas que ele faz questão de revolver todos os dias, já que ele pode voltar à ativa algum dia) e uma rosa, a rosa mais importante de todas! Saindo de lá, ele passe por alguns outros planetas até chegar ao nosso - o planeta Terra.
E antes de terminar essa resenha, é muito importante que eu diga que essa é a maneira que o livro me tocou. Isso foi o que eu enxerguei n'O Pequeno Príncipe. Talvez para você ele seja completamente diferente. Aliás, eu espero mesmo que seja. Afinal de contas, qual seria a graça de um livro se ele fosse absolutamente igual para todas as pessoas? A beleza está justamente em tocar exatamente no lugar onde é preciso. E, mesmo que para você ele seja diferente do que foi para mim, esse será um livro inesquecível!

"Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas."
Se você ainda não leu essa história, precisa fazer isso urgentemente! É uma história linda, tocante, fofa! Ao mesmo tempo que é super ingênua e parece uma simples história para criança, guarda nas entrelinhas mensagens importantes para quem, como eu, se perde na correria do dia-a-dia.

PS1: O autor viveu em exílio nos Estados Unidos entre 1941 e 1943. As primeiras versões do livro foram publicadas por uma editora americana - em inglês e francês - em 1943. Foram as únicas edições publicadas com o autor ainda vivo. A versão francesa (publicada por uma editora francesa) só saiu em 1945 (o autor morreu em 1944).

PS2: A edição da Agir ficou maravilhosa! O texto está em segunda pessoa, o que me faz imaginar se o texto é escrito dessa forma no original.
As ilustrações são um encantamento e, certamente, não haveria livro sem elas! Delicie-se com as lindas aquarelas de Saint-Exupéry enquanto se deliciar com o livro. As reproduzidas na edição brasileira foram baseadas na edição americana de 1943, tentando se ater, o máximo possível, ao que seriam os desenhos originais.

PS3: Por causa um código francês, muitas vezes utilizado como condecoração - o "Mort pour la France" (em tradução livre, Morto pela França) concedido a Saint-Exupéry em 1948, seu trabalho recebeu 30 anos a mais de direitos autorais. Tendo o autor falecido em 1944, seu trabalho não será de domínio público antes de 2044 (levando-se em conta a lei de direitos autorais da França que é de 70 anos após a morte do autor).

PS4: Deixei isso para o final porque é uma das lições mais lindas do livro! Um jardim com cinco mil flores não é melhor do que um jardim com uma única flor, desde que você a cative!


quinta-feira, 17 de abril de 2014

Escritor colombiano Gabriel García Márquez morre aos 87 anos

Vencedor do prêmio Nobel de Literatura, escritor colombiano é autor de obras como 'Cem Anos de Solidão' e 'Notícia de um Sequestro'






Obras do autor colombiano foram traduzidas em 30 línguas e venderam 40 milhões de cópias; na imagem, uma rara aparição de García Márquez

Foto: AFP


Uma perda inestimável!
















quinta-feira, 13 de março de 2014

Campanha: você nunca está só com um bom livro

Olá pessoal!!
Fuçando no face e vi essa propaganda que fizeram e o Skoob estava divulgando,olhem o que eu encontrei!!!
“O livro certo sempre vai te fazer companhia”. Esse foi o mote da agência de publicidade Grey, de Tel Aviv, para a campanha da Steimatzky, a maior rede de livrarias de Israel. Nos anúncios, personagens de clássicos da literatura estão ao lado de seus leitores na hora do sono. Don Quixote, Sherlock Holmes, Pippi Meialonga e até Gandalf, da trilogia O Senhor do Anéis, estão entre os “retratados.” Pois é, com razão: você nunca está sozinho com um bom livro!
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Aqui... você encontra muita coisinha interessante!!!

Allê Monteiro




sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

A loucura sincera de Charles Bukowski

Concordo com o Charles Bukowski quando disse: ‘Algumas pessoas nunca enlouquecem. Que vida de merda elas devem ter!’.
Enlouquecer faz parte da vida e do amadurecimento de qualquer um. Não digo apenas aquele enlouquecer de sair fazendo loucuras que bem entender, mas sim aquele despertar de consciência com muitas coisas que te deixam louco.
Quando vemos que a vida, por si só, já é uma loucura. Quando enlouquecemos ao ver que tem muita coisa errada. Enlouquecer no trabalho, nas relações, com os ‘amigos’ ou enlouquecer de ver muita gente sem graça por aí, que faz tudo dentro do script.

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Não vejo graça em quem não tem aqueles 5 minutinhos que impulsionam e nos levam a fazer o que temos vontade, mas muitas vezes reprimimos por medo de julgamentos alheios ou, simplesmente por medo de errar.
Esses momentos de loucuras nos levam além do caminho esperado. Loucura boa é aquela que vem de dentro e te leva a fazer aquilo com toda a emoção que você jamais achou que tinha. Sim, se isso for mesmo loucura, eu sou uma louca que sigo meus insights. Por ora, erro. Outras, acerto. Mas, independente do resultado, sei que na minha vida NADA foi, é ou será em vão.
Blog bacana... é só expiar!!!


Lista de desejos para antes de partir


Ontem assisti o filme Antes de Partirque gira em torno de dois homens com câncer em estágio terminal. Edward Cole (Jack Nicholson) e Carter Chambers (Morgan Freeman) se conhecem no mesmo quarto do hospital que estão internados para o tratamento da doença. Edward, dono do hospital, é um homem milionário, sem fé, solitário e carrancudo que passa pelo mesmo drama que Carter, um simples mecânico e que tem como mais valiosos uma bela família e a sua fé.  Após receberem a previsão de 6 meses de vida cada um, os dois resolvem deixar o hospital com uma lista de coisas que gostariam de fazer antes de morrer.
Talvez também por ter perdido uma pessoa muito próxima e querida que sofreu e lutou até os últimos instantes para vencer contra a doença, me identifiquei e me emocionei muito com o filme. A história é bem emocionante e passa uma mensagem bem bonita, vale a pena conferir!
A vida é tão curta e valiosa que DEVE ser vivida como se cada dia fosse o último.  Assim que o filme terminou, criei uma lista com apenas algumas vontades que sempre tive. Umas bobas e fáceis de realizar e outras nem tanto. Confira:
* Viajar os quatro cantos do mundo e conhecer pessoas com culturas  diferentes;
* Escrever um livro;
* Ter uma biblioteca na minha própria casa;
Fazer uma viagem de navio (Cruzeiro);
* Adotar todos os cachorros de rua e enchê-los de amor;
Fazer amor em alto-mar;
* Morar perto dos meus pais para sempre;
Escalar uma montanha;
* Construir uma casa na árvore;
* Ter meu próprio carro (depois que eu aprender a dirigir,claro);
Ter um quarto só de bolsas e sapatos;
* Dançar e cantar em frente uma fogueira;
* Contar uma grande mentira pra um estranho assim que eu o conhecer;
* Viajar pelas estradas sem rumo nenhum levando como companhia as músicas das bandas e cantores  que eu gosto;
* Morar numa casa de praia;
* Ir pra lua ou pelo menos achar que estou nela;
* Construir um boneco de neve;
 Dormir numa praia deserta e acordar com o nascer do sol;
* Realizar mergulho em Fernando de Noronha junto com as tartarugas  marinhas;
*  Comprar todos os livros que eu tenho vontade de ler;
* Me aposentar como professora;
* Passar em um concurso público;
*  Pular de paraquedas;
*  Comprar só a passagem de ida;
 * Pular de asa-delta;
*  Comprar só a passagem de avião de ida para fora do Brasil...kkkkk;
* Andar de trem;
* Ser avó...kkkkkk;
* Terminar a minha segunda pós-graduação;
* Fazer mestrado em Neurociências;
* Fazer meu doutorado (será que vai dá tempo meu Deus para tanta coisa???)kkkkkkkkk
Fuxicando o facebook – como qualquer boa viciada – encontrei a página 1000 coisas que todo mundo deveria fazer, e vou te falar: deveria mesmo! A realização, seja ela de coisas simples ou até das mais complicadas, nos encanta,faz a gente sentir que está vivo, não é?! Eu sou assim.
Não guarde seus sonhos com você, use eles para tornar seus dias verdadeiros livros, aqueles que te dão vontade de ler até o final! Viva, seja feliz e continue sonhando – afinal nossa lista de sonhos não pode acabar né?! Deixa ela crescer, vire criança, sonhe acordado e não fica ai parado esperando a vida acontecer.












E você? Quais são as suas vontades, objetivos e sonhos? 
Sinto que a minha lista é enormeeeeeeeeeeeeee...vou precisar e muito tempo de vida!!!
É o que desejo!!!

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Listas de desejos: para fazer antes de partir





Todo mundo sabe que vai morrer, mas saber quando faz uma imensa diferença. De certa forma estranha, é como se, de repente, nos tornássemos senhores do nosso destino. Esse tempo, daqui até o final, é mais nosso do que todos os outros dias, de antes, em que vivíamos displicentes, a ilusão da eternidade…

Se você soubesse que tem, digamos, apenas 3 meses mais para viver, o que faria? Que sonhos decidiria realizar? Que situações escolheria viver?

O filme de Rob Reiner, o mesmo de Harry e Sally, lembram? Não que seja um grande filme, embora Jack Nicholson e Morgan Freeman sejam um espetáculo sozinhos, sem cenários... quem precisa? Mas é daquelas boas idéias, que viram roteiros corretos e fazem a gente gostar de ter ido ao cinema…

No filme, os dois homens são doentes terminais e decidem chutar o balde, ou seja, fazer tudo o que gostariam antes de partir…

Parece simples fazer uma lista de coisas para fazer antes de partir? Mas não é não, ao menos, se você for honesto consigo mesmo…Experimente: o que realmente, faria toda a sua vida ganhar sentido no último minuto? Como será que a gente precisa ter vivido, experimentado, sentido para chegar lá no final e conseguir dizer: OK, cada minuto valeu a pena…pode cair o pano!

A web ajuda:

No site 43things.com, você se inspira, cria sua lista, vê a lista dos outros, corrige, assinala os progressos, compartilha…

Os desejos campeões? Veja só:

- perder peso;
- parar de procrastinar;
- escrever um livro;
- apaixonar-se;
- ser feliz;
- fazer uma tatuagem;
- fazer uma viagem de carro, sem rumo, sem hora para chegar, uma road trip;
- beber mais água;
- casar;
- viajar pelo mundo.

Outra rede social de desejos, a Your 100 things, também tem listas compartilhadas, aqui, você ainda recebe estímulos de outros desejantes, palavras de apoio, votos de felicidade, coragem, você vai conseguir…

Conhecer a África, ter um filho, aprender chinês, viajar para o Peru com a família, comer saudavelmente, perder peso, dançar com a mulher, amar a humanidade, são alguns dos desejos mais comuns.

Muitos psicólogos aconselham fazer essas listas. Dizem que escrever cria um comprometimento nosso, e que o sonho começa a se realizar no momento em que conseguimos formulá-lo, extraí-lo do fundo de nós, arrancá-lo da correria do cotidiano. No mínimo, criar uma bucket list é uma forma de tomar consciência dos nossos desejos, iluminá-los, e, através deles, descobrir o que realmente é importante para nós…

No Omelete, você lê a crítica e a resenha do filme Antes de Partir

#EMCONSTRUÇÃO


Vi esse filme e chorei rios...kkkk que não é nenhuma novidade. Confesso, que nunca havia pensando em criar uma lista de #DESEJOS...claro,né gente!
Antes de Partir!!!
Me inspirei e vou fazer a minha listinha,não hoje,mas postarei em breve!!
Nossa...acho que vai ser muito bacana!!!
O filme nos leva a uma profunda analise da nossa vida , do que estamos fazendo , e principalmente do realmente deviamos fazer . Os ano passam tão de pressa , e deixamos tantas coisas pra depois , e me pergunto quem disse que haverá um "Depois" , um "mais tarde" ou até mesmo "um amanha" (?) . 

Grande Historia , grandes atores , grande filme . 

Recomendo.

Allê Monteiro
{Resenha da Semana}
#1

Olá pessoal!!!
Essa será a minha 1ª  #Resenha da Semana
Sempre li muito,mas nunca pensei em escrever algo sobre,espero que eu goste até por que também amo escrever!

Olá pessoas!
Reescrevi esse trecho umas duzentas vezes. Queria começar falando sobre clássicos e sua importância ou sua definição. Mas não cheguei a conclusão nenhuma. Então resumindo: Eu considero A Menina que Roubava Livros um clássico, mas não sei por quê.
Sempre pensei nesse livro dessa maneira. Na verdade, nem sabia sobre o que era o livro. Achei que era sobre alguma coisa leve e reflexiva no estilo Pequeno Príncipe em versão mais madura. Ledo Engano.
O livro, publicado em 2007 no Brasil pela editora Intrínseca, foi escrito pelo autor Markus Zusak. Mas eu me atrevo a dizer que ele é um poeta.
Livro 1 - A Menina que Roubava Livros – Markus ZusakEm resumo, é um romance sobre a vida de uma menina, tentando viver sua infância pobre no meio da Alemanha nazista – antes e durante a 2º Guerra mundial. E esse romance é narrado pela Morte.
O mais incrível é que apesar da narradora, o livro não possui nenhum tipo de conteúdo sobrenatural ou fantástico. A parte referente à morte aumenta a profundidade da coisa toda porque faz as reflexões que em outro narrador seriam forçadas ou pediriam maiores explicações. Mas o simples fato de considerar a Morte como uma entidade nos leva a supor toda sua história através das eras e julgar seus argumentos como fruto da experiência de um imortal muito, muito velho.
E assim o livro começa: com a morte se apresentando.
Ela então apresenta algumas considerações sobre si mesma e a humanidade e se prepara para começar a falar de uma humana em especial que, como raros, chamou sua atenção. Ela se refere a menina como “A roubadora de livros” e vai explicando as coisas sem linha de tempo. Não se trata de fazer flashbacks – isso é diferente – é mais como uma história contada em paralelo, dando a real sensação de alguém contanto sua experiência sobre uma época antiga de sua vida.
Não existe suspense. Logo no início fica claro quem (e às vezes, quando) vai morrer – antes mesmo da história começar. Então vem o início da saga de uma pequena menina de quase 10 anos à caminho de um lar adotivo com seu irmão. Sua mãe os levando de trem com a morte observando o choque de mãe e filha enquanto segura a alma do menino mais novo em seus braços. Mãe e filha param para enterrar o pequeno corpo. Liesel Meminger não consegue absorver o impacto de ver seu irmão caçula morrer sem motivo aparente – qual criança de 10 anos conseguiria? – e se agarra a ele pegando no chão do cemitério um pequeno livro que caiu do bolso de um dos coveiros. Ela não sabe ler, mas precisa daquela lembrança. Ainda mais importante quando é entregue para ser criada por um casal de completos desconhecidos.
A mãe adotiva se mostra rabugenta e rigorosa, mas compreensiva e observadora também. O pai adotivo se mostra um herói silencioso, amoroso e amável.
Os livros surgem inicialmente como momentos de “passagem”, então ela passa a considerá-los como tesouros ao mesmo tempo que a emoção de roubar um desses tesouros se torna uma catarse.
A Morte conta essas coisas de maneira natural, como se fosse uma visita sentada no sofá da sua sala comendo bolo e biscoitos no meio da tarde. As considerações que a morte faz ao longo da história da vida da menina são emocionantes. Não exatamente emoções alegres embora haja algumas.
A situação é triste: As dificuldades da vida de uma criança pobre que não entende como as coisas são. Então sonha com um mundo, vive em outro (na maioria das vezes, cruel), e tenta agir de alguma forma entre os dois. Mas a morte não é mórbida. Mesmo as passagens mais pesadas ou são narradas com ternura e suavidade, ou são preparadas com certo humor negro. Não. “Humor Negro” é o termo errado. Mas não acredito que exista uma descrição adequada pra isso. É uma espécie de sobriedade prática demais para ser ironia, mas que fica engraçado por ser tão sério. E mesmo sem ter graça, você acaba soltando um sorriso.
No inicio de um capítulo intitulado “Diário da Morte: 1942”:
 “Foi um ano para ficar na história, como 79 ou 1346, para citar apenas alguns. Esqueça a foice, diabos, eu precisava era de uma vassoura ou um rodo. Eu precisava de férias.”
E mais adiante:
“Com toda a franqueza (e sei que agora estou reclamando demais), eu ainda estava me refazendo de Stalin, na Rússia. Da chamada segunda revolução – o assassinato de seu próprio povo.
E então veio Hitler.
Dizem que a guerra é a melhor amiga da morte, mas devo oferecer-lhe um ponto de vista diferente a esse respeito. Pra mim, a guerra é como aquele novo chefe que espera o impossível. Olha por cima do ombro da gente e repete sem parar a mesma coisa: “Apronte logo isso, apronte logo isso.” E aí a gente aumenta o trabalho. Faz o que tem que ser feito. Mas o chefe não agradece. Pede mais.”
É difícil falar mais sobre a personagem principal sem spoilers. Ela é uma criança. Aprendeu a amar seus pais adotivos. Como toda criança tem amigos e Rudy é o seu melhor amigo, como um desses namorinhos infantis. Ela é pobre e sofre como qualquer criança que não tem quase nada e vive com fome por falta de comida, Mas é guerreira e não se deixa subjugar. Não é a história sobre uma vítima, é a história sobre uma lutadora.
Com os livros que rouba ela aprende a ler com dificuldade e pouca ajuda. Mas a dificuldade faz ela se aprofundar nos livros muito além das histórias.
Em uma passagem (pulei os spoilers mas a citação precisa de contexto) em que diversos vizinhos se unem em um porão de alguém para se proteger dos bombardeios, todos os personagens estão com muito medo, agarrados aos seus bens mais preciosos enquanto o barulho das bombas faz as crianças chorarem em desespero. Então Liesel começa a ler em voz alta. A poesia da narrativa não tem descrição:
“Durante pelo menos vinte minutos foi entregando a história. As crianças menores se acalmaram com sua voz, enquanto todos os outros tinham visões do assobiador fugindo da cena do crime. Não Liesel. A menina que roubava livros via apenas a mecânica das palavras – seus corpos presos ao papel, achatados para lhe permitir caminhar sobre eles.”
Apesar de todos os meus elogios, não é um livro que recomendo para qualquer um. Não recomendo para crianças por um preconceito meu de achar que a inocência deve ser preservada. É um livro pesado mesmo sem conter sexo ou violência
Não recomendo para pessoas de pouca sensibilidade e as sensíveis demais dever ser cautelosas se decidirem ler este livro. As ideias apresentadas em meio a história mechem com as emoções. A narração de palavras simples mas rebuscada na forma aprofunda isso em locais inesperados dentro de nós. A História da 2º Guerra recontada por um ponto de vista diferente causa reflexões sobre qualquer tipo de guerra.
Recomendo pra quem gosta de um bom livro, de um livro bem escrito, de uma narrativa bem estruturada, de uma história bem contada. Mas aviso que vivenciar o conteúdo desse livro é um momento forte. Pois é um livro triste em que as partes tristes fazem o livro parecer normal.
Posso adiantar que o final é a melhor parte mesmo sendo previsível desde antes da metade do livro. Boa leitura.












{Resenha da Semana}
#2



Autor: John Green
Editora: Intrínseca
Páginas: 288
Classificação:  

Sinopse: A culpa é das estrelas narra o romance de dois adolescentes que se conhecem (e se apaixonam) em um Grupo de Apoio para Crianças de Câncer: Hazel, uma jovem de dezesseis anos que sobrevive graças a uma droga revolucionária que detém a metástase em seus pulmões, e Augustus Waters, de dezessete, ex-jogador de basquete que perdeu a perna para o osteosarcoma. Como Hazel, Gus é inteligente, tem ótimo senso de humor e gosta de brincar com os clichês do mundo do câncer - a principal arma dos dois para enfrentar a doença que lentamente drena a vida das pessoas.
      Hazel é uma adolescente de 16 anos que tem uma doença terminal, câncer, a 3 anos. E cada vez que sabe mais sobre sua doença, mais deprimida fica. Já se conformou que não terá mais muito tempo pela frente.
"O câncer também é um efeito colateral de se estar morrendo."
      Mas, a pedido da mãe, Hazel participa de um Grupo de Apoio uma vez por semana, onde cada um conta como está enfrentando sua doença. O mais triste do grupo é quando Patrick, Líder do Grupo de Apoio, ora pelos membros que já se foram, ficando o último a partir no fim da lista, onde ninguém mais prestava atenção...
      Em uma dessas idas ao grupo, que a proposito não a ajudavam em nada, Hazel encontra um novo participante, lindo, inteligente, com um senso de humor fofo e que também sofre com o devastador câncer, Augustus Waters. E logicamente, nasce ai um romance.
      Hazel tem um companheiro que ama incondicionalmente, seu exemplar do livro “Uma Aflição Imperial”, porém o livro acaba e a deixa martelando em sua cabeça como que a história continua, não poderia terminar assim, sem mais nem menos. E assim ela vive numa busca por respostas, mas o autor nunca responde suas cartas...
      Hazel e Gus se unem e enfrentam a doença de uma forma muito diferente, ironizando os clichês do câncer. E juntos eles decidem encontrar as respostas do livro de Hazel e saem em procura do autor, Van Houten.
      E o desenrolar da histórias vocês só saberão lendo (HAHA :D). Mas posso adiantar que é lindo. CHOREI!Sim, claro, e como não choraria? É um romance totalmente diferente, nada meloso como os comuns. John Green é o cara (acho que já disse isso aqui). Recomendo? OBVIO! Amo o tio John <3
 "INSPIRADOR, CORAJOSO, IRREVERENTE E BRUTAL, A culpa é das estrelas é a obra mais ambiciosa e emocionante de John Green, sobre a alegria e a tragédia que é viver e amar"







Não é nenhuma novidade que chorei muito...fiquei emocionada e viajei ao passado,lembrando de uma grande amiga.